"É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo."

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Meu Mundo Não é Cor-de-rosa

Passei dias a fio pensando em como começar a escrever o primeiro post desse blog.

Bati uma aposta comigo mesmo, de pelo menos uma vez por semana postar algo.

Ainda tenho duvidas sobre o que postar, como postar, se será muito texto, pouco texto, qual linha criativa devo seguir ... enfim, muitas duvidas e nada concretizado.

Não quero transparecer o cara chato que “filobosteia” o dia inteiro sobre o comportamento das pessoas e as amarguras do mundo.

O lance é que eu sou gay, bicha, viado, homossexual. mas esse mundinho colorido não me encanta, não mesmo.

Não discrimino, mas não me agrada. Gostar de DIVAS pop, ver filmes temáticos, abraçar a causa e participar da parada gay.

Não me vejo lá dançando o mais novo remix de “It’s Raining Man”.

Isso é preconceito de minha parte? Não mesmo. Acho legal a atitude e tals, defender o que pensa, gritar pra todo mundo o que é e o que gosta.

Mas eu não. Acho que não me sentiria a vontade. Posso ate ir um dia pra ver como é, olhar nossos irmãozinhos se divertindo e tal, mas não consigo me encaixar lá no meio com uma bandeira na mão.

Só isso.

Há tempos tive idéia de fazer esse blog, mas sem apoiar algo ou defender uma causa ou estilo de vida, só senti necessidade de vir aqui expor a vida de um cara que curte HOMENS mas não deixa de usar barba. como diz o Leão Lobo; SOU VIADO DE BARBA!

E foi assim mesmo que expliquei pra minha mãe quando contei que era gay.

- Mãe, sou gay. Mas sou diferente, te falo ainda que sou diferente dos outros que são diferentes. E ainda sim diferente do que esta acostumada a ver por aí. Sou homem que gosta de homem e não é por isso que me sinto mulher ou a necessidade de vestir como tal e falar como tal. Me sinto homem, preso no corpo de homem e que gosta de homens. (rs)

E assim foi, também quando contei aos meus (poucos) amigos que sabem sobre mim.
Estou defendendo a discriminação e o preconceito contra os afeminados? Não!

Nem ligo se você for afeminado.
Cada um, com seu cada um e cada qual, com seu cada qual.
Tem gente que curte CrossDresser, tem gente que curte travestis, tem gente pra tudo e com gostos variados. Mas nem posso me aprofundar nisso, por que os outros são os outros. Só posso falar de mim. Por que eu sei o que se passa na minha cabeça, na dos outros não, simples.

Entende agora por que o nome do blog é “meu mundo não é cor-de-rosa”?

3 comentários:

  1. Meu caro, adorei seu texto. Exatamente o que penso e o que sinto. Como é bom saber essa identifcação de ideias.

    Abraço

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  2. O nome do blog é uma jogada de mestre. Achei atrativo e que desperta o gosto pelo "pensar", pelo refletir e claro, muito bem humorado.

    Em relação a homossexualidade, é complicado para qualquer um, sexualidade não biológica, não é coisa que se pode afirmar com segurança a vida toda. Isso porque está em voga em todas as mídias e em todos os meios filosóficos e científicos o tema de onde se vem o comportamento/gene homo. Já a defesa e o novo bandeirantismo em prol da causa gay é algo que ultrapassa os meios acadêmicos e atinge em cheio a política, afinal, o Estado deve garantir a todos o simples direito de todos serem iguais perante a lei. E, lutar pela causa depende é claro, se a pessoa está ou não disposta a isso. Também não vejo nada errado em quem não o faz.

    Ser gay é ser comum como qualquer outro. Há quem se identifique com o universo feminino, outros não. O importante é ser claro e objetivo como você fez com sua mãe e com os poucos amigos, isso facilita muito as coisas. Parabéns pela atitude. Parabéns pelo blog.

    A.S.

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  3. Minha trajetória no meio gay é bem engraçada, comecei no meio, e comecei a seguir parâmetros, então como todos queriam seguir as tendências da moda e saber tudo sobre o mundo pop, eles usavam muitas coisas do universo feminino, como unhas pretas, lapis, e outras coisas, e eu ali tentando me enquadrar e nada.
    Depois comecei a conhecer o meio mais dos ursos e tal, olha eu me senti em casa, não me sentia mal por ser gordo, nem por ser gay, e comecei a encontrar pessoas que passaram por coisas muito bacanas e semelhantes que eu passei.
    Mas mesmo assim eu ainda achava que se eu quisesse ser gay eu precisava estar antenado como eu havia aprendido antes; aí:

    conheci algumas pessoas que diziam que eu jamais encontraria um relacionamento estável já que entre homens isso é inviável já que o homem é geneticamente incapaz de se manter fiel.

    Começou uma grande batalha dentro de mim, um mundo que a principio era para ser o meu lugar mostrava cada vez mais não combinar com o que eu realmente queria, e o mais impressionante é que eu nunca me dei conta de que eu não queria aquilo, não estava de acordo, e o mais importante eu não precisava disso.

    Foi depois de muito sofrimento, e depois de ver que eu estava indo cada vez mais ao caminho errado, que eu aprendi que não importava o meio, ou a forma como os gays viviam, importava como eu ia viver.

    Hoje sou uma pessoa família, tenho minhas crenças, meus desejos, meus sonhos, e realmente não me vejo vivendo do meio gay, aliás me sinto cada vez mais distante dele.

    Um abraço
    Erick

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