Jovem entre 25 e 35 anos
Inteligente
Sarado ou malhado ou magro
Independente
Discreto
Não afeminado
Ativo (dotado)
Solteiro
Em minha opinião, só faltou exigir que soltasse magia pelas mãos.
Penso ser praticamente impossível encontrar todas essas qualidades em uma só pessoa. Acredito que, alguém que seja inteligente, não será bonito. Se for bonito e sarado não será inteligente. Se o cara for tudo isso, ele só pode ser garoto de programa. rs
Pasme, esta lista de exigências é real. Encontrei no perfil de um usuário de um site de relacionamentos de uma sub-cultura do mundo gay.
O mundo se tornou exigente conosco, isso é um fato.
Exige que sejamos assim, assados, que se comporte desta ou daquela maneira.
Exige que tenhamos personalidade quando sozinhos, mas que sejamos burros quando em grande quantidade (lê-se massa), e a grande maioria da população semi-analfabeta.
E ao invés de lutarmos contra a ditadura comportamental, fazemos o que?
Passamos as exigências adiante. Exigimos mais dos amigos, dos familiares, dos companheiros.
Hoje mesmo enquanto servia minha mãe como o motorista da rodada, entre uma musica e outra, divagava entre o que acabamos exigindo para nós mesmos, e é claro que me confrontei. Era a etapa final, como sempre, acabo me confrontando.
Mas o que me deixou de cuca ardente é que a sociedade exige, e permanece estagnada. Ou seja, ela te cobra e permanece te observando. Não da nada em troca.
Sim, passamos para frente isso também. Exigimos, mas não se olha o próprio umbigo.
Claro que desejamos aquilo que seria o ideal, e buscamos com sofreguidão um ideal nosso, só nosso.
Exigindo o superficial e esquecendo a essência, MAS QUE PORRA TA ACONTECENDO CONOSCO?
A busca do ideal particular.
O que é bom pra mim, talvez não seja o perfeito pra outro e assim vai indo. A lista vai se formando e reformulando a cada passo. E se torna imensamente maior que o pequeno grão de dúvida que se plantou, por si só.
A gente tem mania de seguir extintos animalescos, como se fossemos predadores em busca de alimento. Também pudera, no mundo do “já, agora” ficamos com sede de sugar o outro até a última gota e depois descartarmos.
Amigos descartáveis, conversas fúteis, relacionamento baratos baseados em nada. Tudo sem sentimento, seco, e utilizado da pior maneira possível.
Nós nos tornamos baratos, rudes, mal educados e egoistas. E acabamos nos expondo em sites de relacionamento como se expõe carnes numa vitrine. e acabamos escolhendo da mesma forma que escolhe a carne para um churrasco.
Vai ao açougue, escolhe o pedaço de picanha que pra você é o mais bonito e suculento, enquanto o outro na fila vira os olhos e pensa; - Tadinho, não sabe escolher carne.
Levamos pra casa e iniciamos o ritual do sofredor. Tudo pra no final, tirarmos o melhor proveito.
Enquanto o mundo inteiro reclama que ninguém quer relacionamento sério (inclusive os héteros, meninos e meninas. É só se lembrar daquela sua amiga falando todo santo dia “não tem homem no mercado”) no nosso mundo Homo, não é diferente.
Pelo menos nós somos mais diretos e não damos tanta volta quando queremos só transar. O mundo gay é tão sexual quanto o mundo Hétero, o que é péssimo por que acaba tornando tão mecânico quanto num filme pornô, e tem gente que acha que está em um.
É só entrar na sala de bate papo, trocar algumas palavras e pronto. “SEXO DI GRÁTIS”
Simples, fácil e sem sofrimento.
Isso é ótimo, pra quem curte FAST-FODA (trocadilho para fast food, comida rápida.).
Satisfaz-se com sexo sem compromisso, e depois sofre se lamentando por dormir sozinho.
Mas como faz com quem até hoje não consegue transar sem se envolver? o que é o meu caso, rs
Sei lá, não entra na minha cabeça SÓ TREPAR, sem saber quem é o sujeito, da onde ele veio, pra onde ele vai. Simplesmente não entra, transar com alguém sem saber o nome, o que gosta de fazer nas horas vagas, etc.
Mas há quem se satisfaz desta forma e está muito bem assim.
Será que cada vez mais nos tornaremos nisso?
Seres humanos desprovidos de emoções e egoístas, só pra satisfazer o ego.
Tenho muito medo que isso se torne tão normal quanto parece ser. Muito medo mesmo.
Não quero ser, o amigo descartável, o sanduiche da fast-foda, não mesmo.
Mas o problema é; Como se ajustar sendo ‘o diferente’ onde todos estão se tornando cada vez mais iguais?
E as exigências?
Seria tão hipócrita dizer que não tenho as minhas, tenho sim.
Por enquanto só posso dizer que: Quero alguém que sente comigo e divida 3 ou 4 McLanche Feliz sim, por causa do brinde do que alguém que peça um McSalad.